Por Simone Queiroga
A responsabilidade social presente atualmente na lógica das empresas tem a ver com meio ecológico e social. Por exemplo, descreve a preocupação relativa de certas empresas com ambiente, com desenvolvimento auto-sustentável - após uma extração na natureza promove uma reposição do que foi tirado, sem prejudicar o meio ambiente.
No sentido mais amplo, a empresa extrapola nas ações sociais obrigatórias. Há uma filosofia administrativa que englobam todas as políticas, comportamentos e ações da organização com seus públicos – pautados pelo respeito, ética e transparência. Essa perspectiva de responsabilidade supera as contradições inerentes as ações de caridade, do assistencialismo imediato, das ações pontuadas. Nesse caso, não é filantropia, pois abarca toda a sociedade com ações de interesse público – e não somente dos funcionários.
Em outro sentido, a responsabilidade social refere-se como conjunto de estratégias que pretende fazer com que a empresa se mostre interessada em ajudar a sociedade a crescer em diversos aspectos. Basicamente se trata de uma estratégica para promover o lado institucional. Em que as metas da empresa se objetivam da responsabilidade de mostrar para sociedade que é politicamente correta.
Basseada nas teorias de Maurício Tragtenberg, verifico que as empresas assumem essa condição: passam a ser caracterizada como a empresa cidadã, com responsabilidade social; discute internamente procedimentos éticos. Em certos casos, essa atitude de que a empresa tem que ser solidária camufla os seus reais interesses - atrás da tal máscara solidária temos um discurso distorcido de responsabilidade social.
Todos os públicos da organização devem participar dessa dinâmica responsável - a dinâmica do laço de confiança entre a organização e os seus vários grupos de interesse. Além de se sensibilizarem pelos projetos sociais das organizações, devem também transmitir essa sensibilidade para outras conjunturas sociais. A fim de potencializar o caráter solidário da empresa.
A empresa apresenta a atitude de assistência para as pessoas, como uma imagem para fora, para com isso, atingir a sensibilidade. Uma atitude acompanhada por discursos persuasivos. Além disso, os discursos dessas grandes empresas ou corporações detêm um poder de influência, de estar presente constantemente em nosso cotidiano. Esse poder de influência está presentes nos logotipos, frases, símbolos, slogans, etc. De uma forma geral a propaganda é muito pesada – descreve o apelo ao “sensível”.
O indivíduo é bombardeado por uma carga incrível de mensagens e informações, pronunciada pela televisão, internet e outros meios de comunicação. No entanto, o indivíduo não assimila claramente a dimensão das reais circunstâncias do projeto social desenvolvido. Não é tão perceptível a coerência das representações/ações de fora (imagem) com a representações/ações interna (identidade) da organização. A imagem da empresa – aquilo que se transmite - deve ser correspondente com a sua identidade - aquilo que ela é de fato.
Nessa medida, observamos a importância de realizar as relações públicas de maneira efetiva, de desenvolver uma responsabilidade social coerente, sempre de acordo com o contexto social e com as políticas da organização – projetos focados aos valores da organização e aos princípios éticos da sociedade. E só posteriormente, divulgar as ações sociais promovidas.
Portanto, a empresa tem que contextualizar a responsabilidade social, mostrar o que realmente faz. Caso contrário, pode correr riscos, perda de credibilidade. E ao mesmo tempo, não alcança a boa vontade da sociedade. Outra coisa, realizar ações de forma superficial, sem fundamentação prática, não agrega valor nenhum a organização. Apenas gera implicações no processo de sensibilização dos públicos e no desenvolvimento de sua identidade.
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