História das Relações Públicas

Por Silvia Oya


Segundo o texto “A trajetória das relações públicas nos países do Mercosul: reflexão e pesquisa da atividade” da professora e coordenadora de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo Maria Aparecida Ferrari.

O desenvolvimento das Relações Públicas na América Latina teve como base os modelos e práticas realizados principalmente nos Estados Unidos e em menor grau na França e Inglaterra.

Essa dependência segundo Ferrari é consequência da maneira em que foi inserida a atividade nos países da América Latina.

Entre 1930 à 1960, a industrialização dos países latino-americanos permitiu a vinda das organizações multinacionais de diversos países que trouxeram em suas estruturas hierárquicas o modelo de um departamento de relações públicas, que cuidavam da comunicação interna e externa.

Na primeira metade do século XX as atividades de relações públicas em sua maioria eram realizadas por profissionais desqualificados e de uma maneira isolada.

A partir de 1950, começou a surgir associações que ajudaram a consolidar a profissão de relações públicas na América Latina, através da capacitação dos profissionais que exerciam a atividade, por especialistas estrangeiros que estiveram em diversos países entre 1950 e 1960.

Em 1954 foi criada a ABRP – Associação Brasileira de Relações Públicas que organizou diversos congressos nacionais e internacionais de relações públicas. Teve importante participação na fundação da Fiarp – Federação Interamericana de Associações de Relações Públicas.

O Brasil devido a sua trajetória e por sua história, é considerado pioneiro frente aos outros países da América Latina na prática das relações públicas.

Em 1940 a Fundação Getúlio Vargas, o Idort e a PUC/RJ, promoveram cursos com o intuito de capacitar os profissionais que atuavam na área de relações públicas. Dentre os que participaram desses cursos, surgiu um grupo que em 1950, fundou a ABRP - Associação Brasileira de Relações Públicas, entidade que contribuiu com desenvolvimento da atividade no Brasil.

Em 11 de dezembro de 1967 foi criada pelo governo a lei no. 5.377, que disciplinou o exercício da profissão de relações pública. O Brasil foi o primeiro a adotar uma legislação específica sobre Relações Públicas. Nesse mesmo ano a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo fundou o primeiro curso superior universitário de relações públicas.

A partir dos anos de 1980, as relações públicas no Brasil, passou por um grande avanço devido as transformações econômicas e principalmente a abertura política; devido ao crescimento das assessorias e agências de comunicação e por fim o desenvolvimento da produção científica.

Os anos 1990 foram brindados com o movimento denominado Parlamento Nacional de Relações Públicas, liderado pelo Conselho Federal de Relações Públicas (Conferp), entre 1993 a 1997. O Parlamento Nacional foi o primeiro espaço de análise sobre o conceito e as funções das relações públicas e do papel do mercado nesse cenário.

Dessa forma, o século XX terminou com uma grande influência da globalização e do avanço da tecnologia, que avançou os processos organizacionais, acelerando a transmissão de dados e informações. Essas influências proporcionaram o desenvolvimento de ferramentas eletrônicas de comunicação nas empresas, assim como novas áreas de atuação, abrindo novos espaços para os profissionais de relações públicas.

A atividade de relações públicas, no Brasil, passa por uma crise de identidade, pois uma grande parcela dos profissionais é contra a manutenção da regulamentação da profissão, uma vez que, ao longo dos anos, ela atuou muito mais como um entrave do que uma alavanca para a prática de relações públicas.

No entanto cabe aos atuais e aos futuros profissionais de relações públicas, refletir bastante sobre assunto, além de exercer a atividade de forma eficaz e competente para que nossa profissão seja mais reconhecida como uma atividade de grande importância para o desenvolvimento das organizações.

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